A Ritalina começou a ser utilizada na década de 1960 e ficou conhecida como a “pílula da matemática”, sendo muito indicada para tratar crianças com hiperatividade e transtorno de déficit de atenção.
Mas, esse medicamento passou a ser consumido por adultos, por causa de suas propriedades que estimulam a concentração, o foco e que reduzem a impulsividade.
Com o passar do tempo, pesquisas foram feitas e descobriram diversos efeitos colaterais em decorrência do uso de Ritalina, os quais provocam danos irreparáveis ao sistema nervoso dos pacientes. Veja nesse artigo tudo sobre esse medicamento:
O que é a Ritalina?
A Ritalina (metilfenidato) é um remédio que estimula o sistema nervoso central, ativando substâncias químicas no cérebro, que auxiliam nos casos de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), controlando os impulsos nervosos e também trata a narcolepsia, que é uma doença do sono.
Esse medicamento pertence à classe dos estimulantes e pode ajudar no aumento da capacidade de concentração, controle de problemas de comportamento e na manutenção do foco durante as atividades, assim como melhora a capacidade de ouvir e de organização.
Modo de usar a Ritalina
Sempre leia a bula antes de começar a tomar a Ritalina, caso ainda tenha alguma dúvida, esclareça com o seu médico.
Esse medicamento deve ser tomado por via oral, de acordo com a indicação médica, normalmente de 2 a 3 vezes ao dia.
É aconselhável a ingestão do remédio de 30 a 45 minutos antes das refeições, mas caso o paciente não possua problemas relacionados ao estômago não é necessário alimentar-se primeiro.
Não mastigue ou amasse o comprido antes de ingerir, ele deve ser engolido por inteiro, para que a droga seja liberada aos poucos no organismo.
Deve-se evitar o uso desse medicamento ao final do dia, pois poderá causar insônia ou transtornos do sono.
Para que se obtenha todos os benefícios, é preciso fazer o uso regular dessa medicação. Tomar o remédio sempre no mesmo horário é uma ótima forma para não esquecer de ingeri-lo.
Os comprimentos deverão ser guardados em temperatura ambiente, longe do calor e da umidade, para uma melhor conservação.
A dose dependerá da condição física do paciente e das respostas ao tratamento. Desse modo, o médico pode aumentar ou diminuir a dosagem gradualmente. Não é aconselhável a interrupção repentina dessa medicação para quem faz uso prolongado, em todos os casos o médico deverá ser consultado, já que ele pode provocar reações de abstinência.
Assim, poderá ocorrer sintomas como alteração de humor, depressão e pensamentos suicidas, caso ocorra uma parada brusca do medicamento. Então para evitar esse tipo de reação, o médico deverá reduzir a dosagem de forma gradual e ser informado quanto a qualquer alteração de comportamento.
A Ritalina poderá deixar de surtir efeitos com o uso prolongado, portanto, se for observado um mal desempenho do remédio, o médico deverá ser comunicado para analisar a dose novamente.
Essa medicação deve ser tomada exatamente como foi prescrita pelo médico para que diminua o risco de dependência. Pessoas que possuem ou já tiveram problema com álcool ou drogas correm mais risco de ficarem dependentes da Ritalina.
Mantenha o uso correto da medicação, pois o metilfenidato é uma droga de abuso.
Avise o médico caso não haja melhora do quadro ou se piorar a condição mental.
Durante todo o tratamento com a Ritalina, o médico deverá ser consultado regularmente para acompanhar a evolução do paciente.
Dosagem de Ritalina a ser tomada:
- Dose usual para os adultos que possuem Transtorno de Déficit de Atenção:Inicialmente, deverá ser tomado de 2 a 3 comprimidos de 10 mg de Ritalina por dia, preferencialmente antes do almoço e do jantar e se for preciso uma terceira dose deverá ser ingerida de 2 a 4 horas após a última dose. Caso o paciente tenha problema de insônia, a última dose de Ritalina deverá ser tomada no máximo até às 18 horas. A dose poderá ser aumentada semanalmente, desde que não ultrapasse o valor de 60 mg diários.
- Dose usual para adultos que possuem Narcolepsia:Para a dose inicial é recomendado tomar de 2 a 3 comprimidos de 10 mg de Ritalina por dia, de preferência antes das principais refeições. A dose poderá ser aumentada de forma semanal, contanto que não passe de 60 mg por dia do medicamento. Lembrando que os pacientes que têm dificuldade para dormir, deverão tomar a última dose de Ritalina até às 18 horas.
- Dose habitual pediátrica para o Transtorno de Déficit de Atenção:Para crianças acima de 6 anos, a dose inicial deverá ser de 2,5 a 5 mg duas vezes ao dia, tomada uma antes do café da manhã e outra na hora do almoço. Poderá ocorrer o aumento da dose de modo semanal, caso não ultrapasse a dosagem de 60 mg por dia, divididas em 2 ou 3 vezes. As pessoas que possuem problemas em relação ao sono deverão tomar esse medicamento até às 18 horas.
O que fazer se esquecer uma dose ou ocorrer uma superdosagem de Ritalina?
Se o paciente esquecer uma dose de Ritalina, deverá tomá-la assim que se lembrar. Caso já tenha passado das 18 horas, não é preciso tomar a dose extra para substituir a dose esquecida, pois o sono será afetado.
O paciente que tomar uma dosagem acima do recomendado pelo médico de metilfenidato deverá procurar um pronto atendimento ineditamente, já que as consequências poderão ser gravíssimas.
Os sintomas da superdosagem podem compreender: agitação, confusão mental, vômitos, convulsões, alienação, movimentos musculares involuntários, vermelhidão facial, ausência de consciência, entre outros.
Efeitos Colaterais da Ritalina
Esse medicamento poderá ocasionar diversos efeitos colaterais ao paciente como a perda do apetite, vômito, tontura, perda de peso, dores de cabeça e insônia. Caso algum desses sintomas persistirem, o médico deverá ser consultado de forma imediata.
A Ritalina poderá provocar a hipertensão, por isso é necessário que a pressão arterial seja medida regularmente e o médico deverá ser informado caso os resultados estejam aumentando.
O médico deve ser comunicado de forma imediata se ocorrer alguns desses efeitos secundários que são considerados graves, veja:
- Problemas circulatórios nas mãos e nos pés, tais como dormência, frio, dores e mudança da cor da pele;
- Surgimento de feridas nos dedos das mãos e dos pés;
- Arritmia cardíaca;
- Alterações de humor e comportamentais como agressividade, agitação, pensamentos negativos e suicidas;
- Movimentos musculares involuntários como tremores e espasmos;
- Descontrole mental e emocional;
- Transtornos visuais como a visão turva e embaçada.
- Procure imediatamente um médico se observar qualquer um dos efeitos colaterais graves, que poderão incluir também:
- Ataques convulsivos;
- Desmaios;
- Indícios de um ataque cardíaco como falta de ar, sudorese, dor no peito e no braço esquerdo;
- Sinais de um AVC (acidente vascular cerebral) tais como dificuldade na fala, confusão mental, visão turva e debilidade em um dos lados do organismo.
As pessoas do sexo masculino, incluindo crianças, jovens e adultos, que fizerem uso dessa medicação poderão ter uma ereção prolongada e dolorosa por até 4 horas. Assim os pais devem ficar alertas com esse efeito colateral grave em seus filhos e se ele ocorrer deve-se suspender o uso da Ritalina imediatamente, para que não cause problemas irreversíveis e em seguida procure o médico responsável pela prescrição.
As reações alérgicas em relação a Ritalina são raras. Porém, busque ajuda médica se perceber qualquer sintoma de uma reação alérgica, abrangendo: coceiras, inchaços, erupções cutâneas, comichões, formigamentos, dificuldade para respirar e tonturas fortes.
Poderão ocorrer outros efeitos colaterais além dos citados acima, desse modo, procure o médico se perceber alguma reação suspeita no corpo.
Precauções quanto ao uso da Ritalina
Antes de começar a tomar o medicamento, informe ao seu médico se você é alérgico a metilfenidato ou a dexmetilfenidato ou a qualquer outra substância, já que a Ritalina pode ter componentes inativos, que desencadeiam reações alérgicas.
Ao iniciar o uso da Ritalina, o médico deverá ser comunicado quanto ao histórico clínico, principalmente quanto a:
- Problemas circulatórios;
- Hipertensão;
- Doenças cardíacas como arritmia, problemas congênitos, ocorrência de ataques cardíacos;
- Histórico familiar de doenças cardíacas tais como batimentos cardíacos e morte súbita;
- Glaucoma;
- Distúrbios mentais e comportamentais como agitação, ansiedade e estresse;
- Transtornos de humor, em especial a bipolaridade, psicose, pensamentos suicidas e depressão;
- Disfunções na tireoide;
- Distúrbios neuropsiquiátricos.
A Ritalina ainda pode ocasionar tonturas, assim não manuseie equipamentos, máquinas ou faça uma atividade que exija atenção plena para que seja executado com segurança.
Evite ingerir bebida alcoólica juntamente com essa medicação.
Avise ao médico ou dentista, antes de realizar qualquer intervenção cirúrgica ou odontológica, sobre todos os medicamentos que esteja usando, incluindo os remédios com e sem prescrição médica, assim como os produtos que são à base de plantas, como os fitoterápicos.
O uso prolongado da Ritalina pode influenciar no peso e no crescimento da criança, afetando a altura final de um adulto. Para diminuir o perigo, o médico poderá fazer breves interrupções do medicamento no decorrer do tratamento. Desse modo, confira a altura e o peso da criança constantemente e entre em contato com médico caso seja necessário.
Os adultos com idade avançada possuem maior predisposição para os efeitos colaterais desse remédio, principalmente quanto a dores no peito, perda de peso e distúrbios do sono.
Esse medicamento deverá ser usado em gestantes e lactantes somente se estritamente necessário, já que ele pode afetar a criança e passa para o leite materno. Os benefícios e perigos do consumo devem ser discutidos com o médico responsável.
A Ritalina não deve ser usada por crianças menores de 6 anos de idade.
Interações medicamentosas
As interações medicamentosas poderão influenciar no funcionamento da Ritalina ou ainda aumentar o risco dos efeitos colaterais graves.
Esse artigo não possui todas as possibilidades de interações medicamentosas, por isso é recomendado que sempre mantenha consigo uma lista com todos os remédios que esteja utilizando no momento, englobando as receitas e o modo de uso prescrito pelo médico.
Não se deve começar, modificar ou interromper a dose de qualquer medicamento sem a autorização do médico anteriormente.
Ingerir os inibidores de MAO com a Ritalina poderá provocar diversas interações medicamentosas, inclusive fatais. Portanto, evite tomar os seguintes inibidores de MAO: selegilina, fenelzina, isocarboxazida, tranilcipromina, linezolida, rasagiline, azul de metileno, safinamide, procarbazine e moclobemide, enquanto estiver fazendo o tratamento com esse remédio.
Inclusive, a grande maioria dos inibidores de MAO não podem ser usados durante os quinze dias que antecedem o tratamento desse medicamento, assim veja com o médico quando se deve iniciar e interromper o uso da Ritalina.
O mesmo deve ser feito em relação ao dexmetilfenidato, dessa maneira não o use enquanto estiver fazendo o tratamento com o metilfenidato.
Esse medicamento pode interferir no resultado de laudos e exames laboratoriais, podendo provocar resultados incorretos de algumas doenças. Então, tenha certeza que os funcionários do laboratório ou o médico que for realizar o exame, possuem conhecimento do uso da Ritalina.
Armazenamento
Confira na embalagem do medicamento quais são as instruções sobre o armazenamento ou se informe com o médico ou o farmacêutico ao adquirir o remédio.
A Ritalina não pode ser guardada no banheiro e ela deverá ser mantida distante de animais de estimação e de crianças.
Esse medicamento não pode ser jogado em vasos sanitários, lavatórios ou ralos, exceto se tiver a instrução para fazer desse modo. Assim, descarte sempre da forma correta quando ele já estiver com o prazo de validade vencido ou quando não for mais utilizá-lo.
Os perigos da falsificação
No Brasil, grande parte das Ritalinas comercializadas são falsificadas. Isso se deve ao fato de ter mais procura do que demanda do medicamento.
Portanto, o paciente que fizer uso da Ritalina deverá sempre ter o acompanhamento de um médico e a compra deve ser realizada somente nas farmácias. Caso contrário, poderá estar comprado um produto falsificado, que não trará nenhum benefício à saúde.